sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Eutrofização do Rio Poti

     Para começarmos, iremos falar um pouco das características do rio Poti,onde nasce,onde depõe suas águas,quais pontos são mais afetados pela poluição em Teresina,além da erosão que como consequência traz a deposição de sedimentos ao longo do rio,e também quais os efeitos da poluição ao longo do rio.
     O rio Poti nasce no Estado do Ceará, nas proximidades da cidade de Algodões, pela junção, dos riachos Santa Maria e Algodões, e tem seu fim quando depõe suas águas no rio Parnaíba, em Teresina no estado do Piauí, local este de atração turística, mas que apesar do alto nível de poluição o rio se encontra com uma grande quantidade de aguapés,provindos da grande quantidade de esgoto e poluição da cidade de Teresina. 

A imagem é referente ao encontro dos rios Poti e Parnaíba na cidade de Teresina, foto  tirada em 01/12/2014 , o rio Poti apresenta-se a sua direita, já o Parnaíba a sua esquerda.



Na cidade de Teresina cerca de 81% do esgoto é lançado diretamente sobre os rios Parnaíba e Poti, sem nenhum tratamento, sendo que as regiões do grande Dirceu, Morada Nova,Zona Leste e Bairros da Marechal Castelo Branco  são os grandes responsáveis pelo poluição do rio Poti, além da utilização de galerias pluviais, onde deveriam correr as águas das chuvas, são utilizadas para desviar esgoto e fossas sépticas, assim vários problemas podem ocorrer devido a essa poluição, como a eutrofização.
A eutrofização é um fenômeno de característica antrópica, porém pode  ocorrer de forma natural, tendo como princípio a concentração gradativa de matéria orgânica acumulada em ambientes aquáticos. Entre os fatores impactantes, contribuindo com a crescente poluição no rio Poti, estão: os dejetos domésticos (esgoto), fertilizantes agrícolas e efluentes industriais, diretamente despejados ou percolados em direção aos cursos hídricos.
A imagem é referente a saída de esgoto que  é depositado diretamente no rio, e mostra a preocupação através  da associação com um outro grande rio na forma de arte de rua, foto  tirada em 01/12/2014.
 Durante o processo de eutrofização  a quantidade excessiva de minerais principalmente fosfatos e nitratos induz a multiplicação de micro-organismos, que induzem  no caso do rio Poti a formação e desenvolvimento de aguapés, formando uma camada densa, impedindo a penetração da luminosidade.
Desenvolvimento de aguapés no Rio Poti, foto tirada em 01/12/2014
 Esse fato implica na redução da taxa fotossintética nas camadas inferiores, ocasionando o deficit de oxigênio suficientes para atender a demanda respiratória dos organismos aeróbicos, que em condições de baixo suprimento, não conseguem sobreviver, aumentando ainda mais a concentração de matéria orgânica no meio. 
  Em consequência, o número de agentes decompositores também se eleva, atuando na degradação da matéria morta, liberando toxinas que agravam ainda mais a situação dos ambientes afetados, comprometendo toda a cadeia alimentar, além de alterar a qualidade da água, também imprópria ao consumo humano.
  Um outro fator atuando de forma significativa é a erosão, que vem sendo atenuada pela ação antrópica, promovendo o acumulo de sedimentos ao longo do rio, e mudando propriedades físicas e químicas da água ocasionando a formação de bancos de areias, diminuindo a profundidade do rio ao longo dos anos.


A imagem é referente a erosão provocada pela chuva, que ganha velocidade e carreia os sedimentos da margem  para o rio Poti, foto tirada em 01/12/2014.
 Há também problemas relacionados na questão da erosão provocada pela água pluvial, que acabam escoando em grande velocidade, devido a impermeabilização do solo construído pela ação antrópica, assim a água escoa  em forma de tromba, levando parte da margem do rio, inclusive a vegetação presente nas margens, preocupando, pois são espécies endêmicas.
Assim,os variados problemas aqui citados  estão relacionados com a presença humana e a falta de consciência, planejamento e políticas públicas efetivas, que hajam diretamente no tratamento do esgoto, quanto na conscientização e educação da população.
 Rios lindeiros a áreas urbanas, como o rio Poti, devem  ter sua qualidade da água compatível com o enquadramento na Classe 2, segundo a Resolução N.º 20/86 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), podendo ser destinados ao abastecimento público após tratamento convencional, à proteção de comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e à criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana.
  Desta forma,percebemos que no rio Poti é necessário e urgente a implantação de um amplo Programa de Gerenciamento do rio , com a participação dos órgãos governamentais, não-governamentais, voluntários, com a criação e implantação do comitê de bacia, inclusão de programas de monitoramento, estudos para o reuso das águas das estações de tratamento para outros fins que não seja o leito do rio, verificação do uso agrícola das margens, dado que a utilização das mesmas por agricultores representa uma etapa intermediária do processo de deterioração, considerando que são empregadas elevadas quantidades de Nitrogênio e Fósforo, freqüentemente superiores à própria assimilação dos vegetais e que vão escoar para o rio, verificação da ocupação urbana com a drenagem das águas de chuva e esgotos, dentre outras.

Referências:
http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/01/vegetacao-rara-nas-margens-do-rio-poti-esta-ameacada-de-extincao.html 
http://cidadeverde.com/pesquisadora-diz-que-aguapes-no-poti-sao-fruto-de-contaminacao-122760 
http://www.ccom.pi.gov.br/download/Poti.pdf
http://www.mp.pi.gov.br/internet/phocadownload/artigos/38.htm

Autores:
               Alexandra Ribeiro Machado
               Everton Mateus Rodrigues de Carvalho
               Larissa Valeska Da Silva Feitosa